Em Dubrovnik, na estação rodoviária, saem normalmente três onibus por dia para Mostar, por 103,50 kunas. Na alta temporada (julho e agosto) eles alertam para comprar a passagem sempre no dia anterior ao da viagem.
Três horas até Mostar, incluindo parada na imigração da Bósnia para conferir o passaporte (nao comentaram nada sobre visto) e num posto para tomar café. As paisagens durante a viagem são bem diferentes... vários vilarejos pelo caminho. A chegada na estação de Mostar é tranquila... diversos bósnios vem até vc oferecendo lugares para dormir, enquanto algumas crianças estendem a mão por dinheiro. As três noites no hostel Miran já estavam reservadas (ótima opção, por 20 marcos ou 10 euros).
Mostar tem praticamente duas atmosferas, A e B.
O lado A foi explorado no dia seguinte ao de minha chegada, num tour de seis horas (50 marcos) por lugares maravilhosos, com direito a café da manhã. O lado B merecia ser observado por conta própria, andando sózinho pelas ruas da cidade.
O lado A: primeira parada é em Pocitelj, um vilarejo minúsculo contruído no século XV por um rei húngaro, a segunda foi em Kravice, uma cachoeira, a terceira em Medugorje, uma pequena cidade onde seis crianças católicas disseram ter visto a Nossa Senhora em 1981 e por fim, a ultima para em Blagaj, também um pequeno vilarejo construído no meio de grandes pedras, no século X, por turcos.
Outra coisa bacana nessa atmosfera da cidade é o centro antigo, com casas turcas entre as vielas, mesquitas, comércio de roupas, artigos para casa e lembranças de Mostar para turistas.
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A caminho de Mostar, no onibus. |
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A mesquita do vilarejo Pocitelj |
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A cachoeira de Kravice |
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Medugorje - reparem na Nossa Senhora, atrás das duas torres da igreja |
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Bjagaj, do século X |
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Pão, carne e cebola de café da manhã |
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Uma das entradas do centro histórico de Mostar |
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Pelas vielas do centro histórico |
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"Old bridge" - símbolo da cidade |
Lado B: guerra dos anos 90. Escolas destruídas, milhares de pessoas morreram, a ponte antiga da cidade foi toda danificada e pessoas expulsas de casa, dependedo da etnia.
Esse lado de Mostar é explicado pelos bósnios de diversas formas, porém o sofrimento parece ser único e inexplicável. O dono do albergue em que me hospedei disse que "... Ao contrário do que saia na mídia para todo o ocidente, nós bósnios não lutavamos para proteger muçulmanos (representam 60% da população do país) e sim por Mostar e toda Bósnia".
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Pelas ruas de Mostar... muitas marcas da guerra |
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Muitos prédios ainda têm marcas de balas nas paredes |
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Não sei o que era |
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Essa avenida virou linha de frente na guerra. Do lado esquerdo soldados croatas, do direito bósnios. |
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Um bunker utilizado pelos bósnios |
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Uns sete anos? |
Por fim, Mostar não precisa mais de dois dias.
Os preços são atrativos (bom almoço por 10 marcos) e os locais são bem atenciosos... se esforçam ao máximo para nos entender... mas as vezes é dificil, tem que ser por gestos.
Abraço, até Sarajevo, capital da Bósnia.